saúde mental

Saiba quais são os principais sintomas da depressão

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Nesta semana, o desaparecimento da dentista Bárbara Machado Padilha, 32 anos, teve um infeliz desfecho. A esperança de encontrá-la com vida se desfez após quatro dias de buscas. Segundo as investigações do caso, a principal hipótese é que ela tenha cometido suicídio. Cansaço, vontade de desistir, apatia, mudanças repentinas de comportamento, isolamento. Esses são apenas alguns sinais da depressão. A vítima? Amigos, conhecidos, colegas de trabalho, familiares ou você mesmo.

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Segundo dados do Centro de Promoção à Vida (CPV), entidade internacional que atende mais de 30 países, o Rio Grande do Sul é o Estado com maior índice de suicídios no Brasil. De janeiro a setembro deste ano, 938 pessoas tiraram a própria vida. Porto Alegre é a capital brasileira que lidera este triste comparativo.

RISCO
Mas o que considerar como risco de suicídio? Especialistas afirmam que a depressão é a principal causa. No entanto, junto a isso há outros agravantes.

Conforme o psiquiatra, preceptor e coordenador do CPV, Ricardo Nogueira, todas as pessoas que têm a intenção de tirar a vida "avisam" de alguma forma. A psiquiatra Marta Noal acrescenta que, mesmo assim, nem todos à volta conseguirão ajudar, pois os sinais tendem, na maioria da vezes, a serem muito sutis.

Tentativas anteriores, doenças mentais, mudança repentina de conduta, falta de planos, desempenho comprometido, perdas em geral, luto, decepção amorosa, desemprego, sentimento de abandono, perda de faturamento, dívidas fixas, uso de álcool e drogas, associados ou não à depressão. Para Nogueira, tais situações refletem significativamente o estado emocional de alguém.

- Casos de depressão na família também devem se observados. O suicida comenta com alguém o que se passa na mente dele. Mais de 40% do casos são advindos da depressão, uma doença séria e genética. E mais: de repente, aquela pessoa alegre e motivada não é mais a mesma. Olho fundo, boca "para baixo", sorriso amarelo e rotina alterada são sinais comprometedores. Observem as redes sociais. O que essa pessoa tem postado? Palavras motivacionais, poesias e afins podem ser direcionadas a elas mesmas - diz Nogueira.

Ainda conforme Nogueira, geralmente, pessoas bem instruídas são a maioria a tentar contra a própria vida:

- Elas planejam com precisão até levarem o pensamento à ação. Quanto mais jovens, maior será o risco. Adultos tendem a ter um limiar maior para suportar a dor. É necessário, ainda, ver o histórico de saúde mental daqueles que, de alguma forma, têm dado mensagens de que não estão bem.

OS 6 'DS'
O psiquiatra aponta seis situações que merecem atenção no comportamento das pessoas em geral: depressão, desânimo, desamor, desemprego, desesperança e desespero: 

- Quando perdemos a empolgação, a alegria, o deus interno, algo vai mal. Pergunte a pessoa se ela pensa em tirar a vida, se está planejando "fazer bobagem". Em caso de resposta afirmativa, procure ou conduza ela a pedir ajuda. Leve ela ao centro de saúde mais próximo, às unidades de emergência. Não deixe para depois.

Conforme Nogueira, até o final do ano, a tendência é que o mundo se depare com a quarta onda de consequências da pandemia. Para ele, esse fenômeno está relacionado à saúde mental, visto que medo e isolamento são agravantes nesses casos.

A DOR DE QUEM FICA
Para o médico Gustavo, valorizar momentos positivos com a vítima ajuda no processo do luto e a readquirir o sentido da vida. É importante, ainda, não ficar preso à busca de motivos da decisão. Martha recomenda que os familiares e amigos busquem ajuda especializada quando sentirem necessidade.

- Não há uma causa específica para o suicídio. Na vida, tudo acontece por um conjunto de fatores, sejam eles biológicos, bioquímicos, ambientais e psicológicos.

Ela ainda explica que, por vezes, as mudanças de comportamento do suicida são muito sutis, e ocorrem dentro de hábitos que já tinha:

- É necessário entender que não podemos viver reféns disso, de ficar sempre atentos a todos os familiares, amigos e pessoas do convívio. Não somos onipotentes. As ocupações de nosso dia a dia são naturais e os sinais do outro nem sempre são facilmente perceptíveis.

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